terça-feira, 24 de novembro de 2015

Eremita

Abriu os olhos e se percebeu plena, completa e só. Só. Não uma solidão comum. Não aquela que as pessoas enxergam o mundo à sua volta e se sentem sozinhas. E nem aquela em que elas não enxergam o mundo à sua volta. Abriu os olhos percebeu que tem amigos, família e uns buracos no peito. Abriu os olhos e perceber que não tem para onde voltar, muito menos com quem fugir. 
Escolheu sim a solitude, mas não a solidão. Pior do que não ter alguém, ou ter e não perceber, é ter e não bastar. É não ter a si mesma. E ao perceber isso, a plenitude e completude se esvaíram. E ao perceber isso sentiu dor. Dor por se enganar, não, ela não dá conta. Não dá conta dela mesma. Mas se compromissou consigo mesma a dar um jeito nisso. E dará. Não sabe como, nem quando, mas só estará para o mundo outra vez quando estiver inteira para ela mesma. 

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